Espiritualidade e religiosidade são recursos valiosos utilizados pelos pacientes no enfrentamento das doenças e do sofrimento. O entendimento da relevância, a identificação da aceitação do doente e dispor um adequado suporte espiritual e religioso beneficia tanto o paciente como a própria família e toda equipe multidisciplinar. Cerca de 80% da população mundial possui alguma ligação ou filiação religiosa, e a fé tem sido identificada como uma força mobilizadora poderosa nas vidas de pessoas e da própria comunidade.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e demais autores de relevância, concluíram que a espiritualidade e religiosidade tem um grande impacto, geralmente positivo, sobre a saúde e o bem-estar, sendo associado com menores níveis de mortalidade geral, melhora da pressão arterial, diminuição do colesterol, diabete, depressão e suicídio, maior longevidade, melhora do estresse e qualidade de vida e menor uso ou abuso de substâncias como cigarro, álcool e drogas.
Não somente a equipe multidisciplinar, mas familiares, podem demonstrar às pessoas enfermas que o equilíbrio entre as virtudes (perdão, honestidade, altruísmo, humildade, gratidão, paciência e confiança) e os defeitos milenares do ser humano (raiva, orgulho, egoísmo e arrogância) tem importância e impactam no processo do tratamento ou no adoecimento. Pensamentos negativos, falta de fé e os sentimentos dos defeitos do ser humano citados anteriormente, podem gerar e acentuar o processo de adoecimento. Estimular a fé e encorajar ações no domínio das virtudes são fundamentais para a melhora do estado de saúde.
Daniel Andrade Koeche
Médico Cardiologista
CRM 15990 e RQE 24783