A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (SDC) divulgou, nesta quarta-feira, 29, a previsão climática para o próximo trimestre: junho, julho e agosto de 2024. O período será marcado pelo inverno no Hemisfério Sul, tendo início em 20 de junho e final em 22 de setembro.
De acordo com o Monitoramento e Alerta da SDC, durante a estação, o El Niño estará em neutralidade e a temporada tende a ser menos chuvosa e com temperaturas acima da média, ou seja, é esperado um inverno mais ameno, mas isso não exclui a chance de episódios de frio intenso, com ocorrência de geadas e precipitação invernal. Partindo para o final do inverno e início da primavera, o período de neutralidade deve evoluir para uma La Niña.
Figura 1: Previsão probabilística do fenômeno El Niño – Oscilação Sul. Fonte: Climate Prediction Center (CPC).
“A transição da neutralidade para a La Niña ocorre de maneira lenta e, assim, ao longo do mês de junho, são esperadas chuvas dentro a acima da média nas áreas litorâneas, e abaixo da média entre o Grande Oeste e os planaltos. Apesar disso, não se pode excluir a passagem de sistemas meteorológicos, como ciclones e frentes frias, que favoreçam eventos de chuva volumosa em Santa Catarina”, explicam os técnicos da equipe de Monitoramento.
Climatologia
O trimestre de junho, julho e agosto marca a transição do outono para o inverno no Hemisfério Sul. Conforme o ponto de vista climatológico, neste trimestre, a chuva é provocada pela maior passagem de frentes frias e atuação de ciclones extratropicais, que também podem provocar agitação marítima e ressaca.
Nessa época do ano os temporais ocorrem com menos frequência e dão origem a ventos fortes e granizo. Segundo a climatologia, em Santa Catarina, a chuva média nesses meses é a menor do ano, sobretudo nas áreas litorâneas, Vale do Itajaí e região Norte, com valores mensais variando de 90 mm a 130 mm. Já nas cidades do Grande Oeste e Planalto Sul, a precipitação oscila de 110 mm a 180 mm.
Nestes meses também são frequentes entradas de massas de ar frio, provocando quedas significativas nas temperaturas além da condição de amplitude térmica (com manhãs mais frias e temperaturas amenas nas tardes), o que resulta em tempo mais seco. Além disso, são comuns episódios de veranicos, onde são observados dias consecutivos de temperaturas acima da média.
Histórico de ocorrências de desastres
De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), no período de 1995 a 2019, foram registradas 5540 ocorrências de desastres, sendo que a maioria dessas ocorrências se concentrou entre setembro e março, quando as temperaturas são mais elevadas (Figura 2). O trimestre junho, julho e agosto apresentou uma diminuição significativa no número de ocorrências em relação aos outros meses.
Figura 2: Distribuição mensal das ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.
No período de junho, julho e agosto, chuvas intensas e enxurradas são as principais ocorrências. Junho é o quarto e décimo mês com mais eventos de chuvas intensas e enxurradas, conforme pode ser observado nas Figuras 3 e 4. É possível observar uma média de 40 a 50 ocorrências associadas às chuvas intensas em junho e julho, representando um pouco mais de 20% do total de ocorrências a esse tipo de evento ao longo do ano. Em agosto, esse valor diminui de forma considerável. As enxurradas também são menos frequentes, com menos de 100 ocorrências mensais.