
No Capítulo X de O Evangelho Segundo o Espiritismo, diz que Bem Aventurados são os misericordiosos, nas instruções dos espíritos, Kardec diz sobre o perdão das ofensas, e pergunta quantas vezes devemos perdoar o meu irmão? Perdoa não sete vezes, e sim setenta vezes sete. Este ensinamento é de Jesus que nos convida a termos o mais alto grau de piedade com nossos irmãos. Na visão espírita, o perdão é fundamental para o processo de evolução espiritual. A palavra perdão se refere ao ato ou processo de liberar alguém de uma dívida, ofensa ou erro cometido contra nós. É uma ação de conceder o perdão, ou seja, deixar de sentir ressentimento, mágoa ou raiva em relação a alguém que nos magoou ou prejudicou de alguma forma. O perdão é uma das maiores virtudes que um ser humano pode possuir. No entanto, nem sempre é fácil perdoar alguém que nos magoou profundamente.
Leandro Karnal em suas palestras diz se alguém te desrespeitou existem duas reações. A de entender que a ofensa não é para você, mas algo do universo do agressor. Como ele afirma algumas vezes, veneno só funciona se eu tomar. Você não controla o mundo, apenas sua reação a ele e ter o controle de suas atitudes é fantástico, pois assim ninguém terá o controle de sua vida, você é o artífice de sua vida e está no leme de suas ações e de seus atos. A outra seria reagir com firmeza, não facilitando a vida de quem ataca. A primeira atitude não permite que a ofensa exista de fato, pois minha serenidade me pertence. A outra, mais reativa, adverte que você tem defesas e que o ataque terá um custo que pode desestimular novas investidas. Esta energia pertence a você e eu não tenho nada com isto ou bateu-levou.
O Espiritismo nos ensina que estamos em constante evolução e que cada experiência da vida é uma oportunidade para aprender e crescer. O perdão é uma dessas lições importantes que precisamos aprender. Quando perdoamos alguém que nos magoou, mas estamos liberando não apenas a pessoa, mas também a nós mesmos, do peso do ressentimento e da dor, nos tornando assim pessoas tolerantes esquecendo o mal para que o bem se efetue. Nossa relação com o perdão é uma forma de ver o quão o ser é evoluído, não se prendendo a imperfeições humanas.
Além disso, o perdão é uma forma de amor e compaixão. Quando perdoamos alguém, estamos mostrando que somos capazes de amar e de aceitar a imperfeição humana.
Perdoar não significa que devemos tolerar abusos ou aceitar comportamentos prejudiciais, mas sim que devemos estar abertos a permitir e curar feridas sempre aprendendo a conquistar a liberdade de servir, pois o bem que se faz agora são passos que vão iluminar os seus passos por toda a eternidade. É importante lembrar que o perdão não é um processo instantâneo. Às vezes, pode levar tempo para tolerar alguém e é um processo que pode envolver muita dor e reflexão. No entanto, é um processo que vale a pena, pois nos permite crescer e evoluir como seres humanos e como espíritos. Tenhamos o pensamento de que tudo aqui na Terra é transitório e que devemos dar importância aquilo que tem importância, deixemos a arrogância, o ego, a agressividade, o desiquilíbrio, o preconceito, o egoísmo, a avareza, a inflexibilidade, a possessividade, a intolerância e tantos defeitos e que possamos cultivar o perdão em nossas vidas e em nossos corações, para que possamos viver em paz e em harmonia com os outros e com nós mesmos.
Muita paz e luz.